terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Jesus Almost Got Me



"Love is cruel.
Love is truly absurd;
Jesus almost got me,
I don't know how many prayers he overhead".

Anita Lane.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

" O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem."

                                                                                      Guimarães Rosa.

- Agora sim, alguém lúcido.

domingo, 27 de janeiro de 2013

"O amor, quando em excesso, não traz ao homem nem honra, nem mérito".

                                                                                              Eurípedes.

Quanta bobagem, eu digo.

sábado, 26 de janeiro de 2013


Eu estou tão cansado de fazer coisas sozinho. Não é exatamente uma lamentação, mas uma constatação. Senti isso esses dias. Ok, passei minha vida inteira assim. Até gostava. Pra falar a verdade, não foram poucas as vezes em que me peguei me jactando disso, como se eu não precisasse de outras pessoas para me divertir, para aprender e tudo o mais. E agora, depois de passar um ano praticamente vendo filmes só, indo a bares, lugares, caminhadas, tudo, sozinho, me vejo cansado. Isso me leva a uma época de minha vida do qual não guardo mais boas lembranças. E vejo pessoas que lidam muito bem com esse tipo específico de solidão. Elas vão pra lá e pra cá, solitárias, evitando aqueles programas que precisem de mais pessoas. Mas, na verdade, elas estão à espera de sua “alma gêmea”, com quem elas sairão sempre, para todo e qualquer lugar, felizes. A solidão delas é diferente. É uma solidão em modo “stand by”. Tem data para acabar, apesar de esta ser indefinida. Não sou eu. Eu me cansei de minha solidão planejada. Saio e fico apenas observando aqueles que desfrutam da companhia de várias pessoas. Lembro-me de minha infância sozinho em casa por períodos longos e longos. Das noites em claro vendo a programação de madrugada na TV. É claro que isso influenciou muito do que sou hoje. Não é tarde demais para mudar isso. Eu apenas não sei se tenho as ferramentas necessárias.

Observando Alice

Alice desperta,
É manhã.
Ela está bocejando
Enquanto caminha pelo quarto.
Seu cabelo cai sobre seu peito
Ela está nua e é junho.

Parada em frente à janela
Eu me pergunto se ela sabe que posso ver.
Observar Alice se levantar ano após ano
Em seu palácio, ela está cativa lá.

O corpo de Alice
É de um marrom dourado.
Seu cabelo pende
Enquanto ela o escova cem vezes.
Primeiro ela veste suas meias,
E então os sinos da igreja soam.
Alice se põe em seu uniforme
Os zippers ficam ao lado.
Observar Alice se vestir em seu quarto.
É tão triste. É cruel.

Observar Alice se vestir em seu quarto.
É tão triste. É cruel.

"Watching Alice". Nick Cave.
Do Disco "Tender Prey".

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Obra-prima



Messi já é melhor que Maradona, mas ele nunca será maior que Maradona.
maradona aproxima o futebol do Rock, do perigo (lembre-se de "Gimme Danger", dos Stooges), Messi da Bossa Nova, da beleza previsível. A beleza simétrica de suas jogadas encanta a todos, mesmo a mim. Mas, será sempre menor que a beleza nascida do pecado.


segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Que saudade disso aqui



De quê? Da inocência sacrificada neste altar sujo. Da libertinagem apenas sugerida nas entrelinhas (da musica ou dos olhares). Do desejo sem as correntes do pudor. Just one gig, nada mais.

Olhando o Calendário



Há algum tempo, a vida era sombra;
Ontem você apareceu e fez-se luz sobre a escuridão;
Hoje você se foi e as trevas voltaram;
Mas agora eu posso olhar para elas com carinho:
31 de julho ou 28 de maio e tanto faz,
eu já não me sinto sozinho.
Amanhã eu farei destas lembranças
Um calendário sentimental com teu nome marcando cada um dos meses.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Quando o Amor Não Começa ou Acaba

Lá vai ele, desavisado, distraído e soturno, fingidor de todas as mazelas que ele insiste em demonstrar num exercicío óbvio de distanciamento de tudo aquilo que realmente importa. Observando com desatenção os quadros que ele mesmo pendurou nos infindáveis salões da memória, ele se pergunta qual deles retrataria o amor que nunca teve. A caminhada é longa se você não possui companhia, mas isso não significa que não existam caminhos que precisem ser trilhados sozinho: Você apenas vai. Seu coração foi forjado em meio às chamas do desejo, os espinhos do amor e o medo da morte, sempre foi assim. Então não há porque acreditar que esta será sua última parada, há de surgir uma força maior em você depois de tudo. Se o engano faz parte do aprendizado, não é preciso ter vergonha de não ter percebido quando o amor se aproximou daquilo que antes era fumaça, ou mesmo por não ter deixado ele entrar quando este bateu em sua porta. O amor é um visitante que chega sem fazer barulho mas que causa alvoroço na partida. Quando o amor não começa, então, você se sente um estrangeiro em uma terra desconhecida, mas nós não deveríamos ansiar por sua chegada. Prestando atenção apenas nas placas mais brilhantes, nós deixamos passar os sinais enferrujados que encontramos no caminho e que indicam direções mais sutis para nossos corações.

sábado, 12 de janeiro de 2013

The Loop Closes



Instigante.

Nada Disso Importa


Éramos nada.
Ainda assim, éramos vida.
Éramos como o grito que irrompe no silêncio,
O relâmpago que interrompe a escuridão,
Como a bala que atravessa a carne, como o pesadelo que corrompe o sono;
Ou talvez, fossemos a palavra que destrói o tédio,
A tempestade que devasta a calmaria.
Nosso amor era nada, era silêncio,
Escuridão, carne, sono, tédio e calmaria,
Uma ponte sobre as águas turbulentas que éramos nós.

Um Sonho



Havia essa sala de paredes pintas de amarelo, e haviam estrelas negras desenhadas num teto amarelo. pendurados no teto através de arames farpados, relógios despertadores de vários tamanhos e cores, mas seus ponteiros estavam parados. Não havia porta, mas eu não estava realmente preocupado. Parecia um bom lugar para eu deitar e continuar lendo meu livro (cujo título não me lembro). Acontece que de repente eu fui tomado pelo medo de que os despertadores pudessem começar a soar em uníssono. Não demorou e esse medo transformou-se em um pânico aterrador. Eu chutava as paredes tentando abrir um buraco, gritava por socorro e tudo parecia em vão. Pensei então em destruir os despertadores, mas um medo ainda maior me tomou e não fiz isso. E se precisasse deles algum dia? Poderia destruir todos e deixar apenas um e destruir o restante, mas eu não sabia qual funcionaria. Deitei sobre a cama e tentei me acalmar, mas era impossível. Resolvia novamente quebrá-los, mas percebi que nem conseguia mais me aproximar deles. E isso foi se repetindo, repetindo, deitava, levantava, caminhava por entre aqueles imponentes símbolos de horror e meu pânico crescia. Abri o livro, li alguma linhas e fechei. Recordei o quão racional eu era e decidi que deveria examinar melhor minha situação. Decidi que meu pânico vinha da incerteza sobre se os relógios soariam seus alarmes ou não. Eu sabia como acabar com aquela angustia. Dei corda em todos eles, e programei seus alarmes, analógicos e digitais para o mesmo horário. Eu sabia que enlouqueceria quando essa hora finalmente chegasse, mas agora eu poderia desfrutar de alguns momentos de tranquilidade antes disso. Me deitei e busquei dormir, certo da hora fatal, mas, em paz até lá.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Ainda Assim, Volto




"When I look at you/oh, I don't know what's real/for once in a while/you make me laugh. And I'll sleep tomorrow and you won't be long/I won't stand around/Then you took me down/When you walk away. When you say "I do"/Oh, but I don't believe in you/I can't forget it, no."

My Blood Valentine, "When You Sleep"


Volto pois toda esta incerteza me aniquila. Volto pois meu coração sempre se aperta entre os ossos quando fico longe. Volto conhecedor de todas as possíveis consequências de minha volta e ainda assim confuso e fiel, convencido de que você me ressuscitará com um simples sopro seu. E por que não há de ser assim? Crer e agir como se pudesse ser diferente tem me causado mais dano que uma rejeição. Vou saborear cada derrota, cada triste volta pra casa, deitarei só com meus fantasmas, apenas para despertar no dia seguinte com a sensação de sua mão ter tocado a minha durante o sono. E assim eu volto. Volto pra acalmar o grito que há dentro de mim. Volto para contemplar o céu e o inferno juntos em seus olhos. Volto pela habilidade que tens de, com um sorriso e um pequeno gesto com a mão, tornar-se musa.

Deixa eu bagunçar você

Durmo na esperança de sonhar contigo Acordo somente pro desejo de te encontrar Menos que obsessivo, meu amor por você é abrigo ...