terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Delirium Tremens


Sinto sua mão ausente desembaraçar meus cabelos e seu hálito quente sopra em minha nuca ainda que nunca estejas realmente aqui. Seus seios roçam suavemente minhas costas nuas, seus arrepios são meus arrepios eu pressinto o pior conforme sua mão desliza pelo meu ventre. Mordes com força meu pescoço e sequer deixa a marca de teus dentes como lembrança, maldita. Sinto seus dedos dentro de minhas calças e se minha mente já não tolera o peso insuportável de sua ausência tirânica o que dizer de meus nervos insistindo nestes impulsos de gozo e de aflição que me tomam ao lembrar seu nome, da palidez de sua pele? “Tenho você sob minha pele” não é mais uma metáfora quando cravas as unhas em minha virilha e sussurra meu nome, eu me reviro na cama, solitário, indo e voltando, a respiração cada vez mais pesada como se você segurasse meu pescoço forçando um orgasmo ainda mais intenso, uma sensação violenta de morte – umedece os lençóis, transtorna minhas roupas, sangra minha carne e você ainda assim não está aqui. 
"Embrace Lovers II", Egon Schiele



Deixa eu bagunçar você

Durmo na esperança de sonhar contigo Acordo somente pro desejo de te encontrar Menos que obsessivo, meu amor por você é abrigo ...