Sinto sua mão ausente desembaraçar
meus cabelos e seu hálito quente sopra em minha nuca ainda que nunca estejas
realmente aqui. Seus seios roçam suavemente minhas costas nuas, seus arrepios
são meus arrepios eu pressinto o pior conforme sua mão desliza pelo meu ventre.
Mordes com força meu pescoço e sequer deixa a marca de teus dentes como
lembrança, maldita. Sinto seus dedos dentro de minhas calças e se minha mente
já não tolera o peso insuportável de sua ausência tirânica o que dizer de meus
nervos insistindo nestes impulsos de gozo e de aflição que me tomam ao lembrar
seu nome, da palidez de sua pele? “Tenho você sob minha pele” não é mais uma
metáfora quando cravas as unhas em minha virilha e sussurra meu nome, eu me
reviro na cama, solitário, indo e voltando, a respiração cada vez mais pesada
como se você segurasse meu pescoço forçando um orgasmo ainda mais intenso, uma
sensação violenta de morte – umedece os lençóis, transtorna minhas roupas,
sangra minha carne e você ainda assim não está aqui.
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Deixa eu bagunçar você
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