quinta-feira, 23 de outubro de 2014
Dizem que nossas escolhas nos fazem homens.
As minhas, na melhor das hipóteses,
Alimentaram um monstro.
Este monstro interior
Responde aos meus anseios
Melhor do que faz o homem que aparento,
mas não posso deixar que ele me domine.
Pois o abismo para onde ele me carrega
está repleto de pesadelos e fantasmas ainda piores.
Se eu não posso almejar
Os prazeres e as virtudes de um homem comum,
Que eu possa ao menos
Aproveitar o que me restou de bom,
O doce e o suave de viver,
A calmaria que jaz entre as tempestades;
Que não sejam mais tão terríveis os meus sonhos
Que eu precise escondê-los;
Que o chão não se retorça sob os meus pés,
Sangrado-os;
que a serenidade não seja só um fim distante
e eu encontre a coragem necessária
para saber recuar e pedir ajuda.
Que eu saiba me desculpar:
Pelos dias ausentes,
Pelo silêncio incriminador,
Pelo jardim de flores mortas que ergui
Em torno do meu lar.
Que haja um deus em cada canto da casa
E que todos eles possam me perdoar.
Que a possibilidade do abismo, então,
seja por fim afastada
E eu me cerque do amor daqueles que me querem
e deste deus que não ouso procurar.
E que a escuridão, enfim,
Venha apenas quando eu fechar os olhos.
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