quinta-feira, 22 de setembro de 2011

brutal

Não queria essa chance de me mostrar descrente. Queria sim esse tom triunfante de um happy end. Essa explosão silenciosa dentro do peito dos contentes. Não tenho essa sorte. Essa herança sangrenta que me confiaram sem dar a mínima pra minha recusa determinada. Queria sim, a possibilidade do milagre, de fazer dessa escrita atormentada um gozo perene. Queria essa pluralidade de possibilidades que me redimisse das noites mal dormidas, das discussões sem fim dos botecos madrugada adentro, da impaciência com as pessoas que mais amo. Queria sim me mostrar subordinado à mera corrente dos acontecimentos. Mas eu encharco esse texto com asperezas que de maneira nenhuma podem me tornar agradável. não tenho esta sorte. Queria sim a redenção dos shoppings, o sabor agradável do vinho mais suave, mas não tenho essa sorte. Essa ferocidade do olhar que celebra meus movimentos mais duros.

-Mario Bortolotto

Deixa eu bagunçar você

Durmo na esperança de sonhar contigo Acordo somente pro desejo de te encontrar Menos que obsessivo, meu amor por você é abrigo ...