segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

11-01-11


Quando menos esperava, voltei a contemplar os pequenos movimentos dos insetos nas paredes de minha casa. Voltei a pendurar fotos no espelho. A chorar ouvindo canções sobre prostitutas e homens que não crêem em Deus. Retornei aos dias sem vozes e sem mistérios. Voltei a me masturbar com pensamentos torpes. Ao álcool. Não muito inesperadamente, voltei a não cumprimentar as pessoas que conheço na rua, a esquecer de pegar o troco na padaria, a tomar o ônibus errado de propósito. Voltei a ser o cara que recusa convites, que engana pretendentes, o cara preguiçoso que sabota os próprios projetos. De um dia para o outro, voltei a freqüentar lugares duvidosos. Bares de mau gosto. Alcovas onde crimes são tramados. Os irreverentes escritórios da loucura. E isso não é nem o começo. No semblante de todos aqueles que me olham, um apaixonante casamento entre a frustração e o horror.

Um comentário:

Natali disse...

Infelizmente seu blog não carrega só as palavras bonitas, mas seus piores sentimentos em vômito verbal... diante delas sou a angustiada platéia que não pode interferir na arte!

Deixa eu bagunçar você

Durmo na esperança de sonhar contigo Acordo somente pro desejo de te encontrar Menos que obsessivo, meu amor por você é abrigo ...