segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Ó Capitão! Meu Capitão!




Ó Capitão! Meu Capitão!




Ó capitão! Meu capitão! terminou a nossa terrível viagem,

O navio resistiu a todas as tormentas, o prêmio que

buscávamos está ganho,

O porto está próximo, ouço os sinos, toda a gente está

exultante,

Enquanto seguem com os olhos a firme quilha, o ameaçador e

temerário navio;

Mas, oh coração! coração! coração!

Oh as gotas vermelhas e sangrentas,

Onde no convés o meu capitão jaz,

Tombado, frio e morto.



Ó capitão! meu capitão! ergue-te e ouve os sinos;

Ergue-te – a bandeira agita-se por ti, o cornetim vibra por ti;

Para ti ramos de flores e grinaldas guarnecidas com fitas –

para ti as multidões nas praias,

Chamam por ti, as massas, agitam-se, os seus rostos ansiosos

voltam-se;

Aqui capitão! querido pai!

Passo o braço por baixo da tua cabeça!

Não passa de um sonho que, no convés,

Tenhas tombado frio e morto.



O meu capitão não responde, os seus lábios estão pálidos e

imóveis,

O meu pai não sente o meu braço, não tem pulso nem

vontade,

O navio ancorou são e salvo, a viagem terminou e está

concluída,

O navio vitorioso chega da terrível viagem com o objectivo

ganho:

Exultai, ó praias, e tocai, ó sinos!

Mas eu com um passo desolado,

Caminho no convés onde jaz o meu capitão,

Tombado, frio e morto.

                                                     - Walt Whitman



Um comentário:

Natali disse...

Que lindo!

Deixa eu bagunçar você

Durmo na esperança de sonhar contigo Acordo somente pro desejo de te encontrar Menos que obsessivo, meu amor por você é abrigo ...