sábado, 12 de janeiro de 2013

Um Sonho



Havia essa sala de paredes pintas de amarelo, e haviam estrelas negras desenhadas num teto amarelo. pendurados no teto através de arames farpados, relógios despertadores de vários tamanhos e cores, mas seus ponteiros estavam parados. Não havia porta, mas eu não estava realmente preocupado. Parecia um bom lugar para eu deitar e continuar lendo meu livro (cujo título não me lembro). Acontece que de repente eu fui tomado pelo medo de que os despertadores pudessem começar a soar em uníssono. Não demorou e esse medo transformou-se em um pânico aterrador. Eu chutava as paredes tentando abrir um buraco, gritava por socorro e tudo parecia em vão. Pensei então em destruir os despertadores, mas um medo ainda maior me tomou e não fiz isso. E se precisasse deles algum dia? Poderia destruir todos e deixar apenas um e destruir o restante, mas eu não sabia qual funcionaria. Deitei sobre a cama e tentei me acalmar, mas era impossível. Resolvia novamente quebrá-los, mas percebi que nem conseguia mais me aproximar deles. E isso foi se repetindo, repetindo, deitava, levantava, caminhava por entre aqueles imponentes símbolos de horror e meu pânico crescia. Abri o livro, li alguma linhas e fechei. Recordei o quão racional eu era e decidi que deveria examinar melhor minha situação. Decidi que meu pânico vinha da incerteza sobre se os relógios soariam seus alarmes ou não. Eu sabia como acabar com aquela angustia. Dei corda em todos eles, e programei seus alarmes, analógicos e digitais para o mesmo horário. Eu sabia que enlouqueceria quando essa hora finalmente chegasse, mas agora eu poderia desfrutar de alguns momentos de tranquilidade antes disso. Me deitei e busquei dormir, certo da hora fatal, mas, em paz até lá.

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