sábado, 9 de março de 2013

Uma Prostituta Chamada Esperanza

Há putas que te dão tudo aquilo que você precisa e pelo que pagou, são as que te satisfazem. E existem aquelas que não te dão tudo aquilo que você quer. Estas te aprisionam para sempre. Não é todo dia que se encontra uma, mas elas existem. Não era todo dia que eu encontrava Esperanza, mas sabia que ela estava lá. Ela e seus olhos, duas amêndoas mexicanas pelas quais eu mataria, mas o único ferido nesta história fui eu. É isso, Esperanza conhecia os caminhos para me ferir. Eu lhe dei tudo e agora não sou nada. Ela me deixou, e eu apenas especulo se algum dia realmente estive com ela. Ela me deixou, e eu vejo seus olhos refletidos nos espelhos dos banheiros mais ordinários. Ela me deixou, mas eu encontro um pouco dela nas sombras de meio-dia, nas variações da tonalidade de sua voz. Ela me deixou e eu a procuro nos locais mais impossíveis. Ela me deixou, e ela  era meu norte, meu ponto de equilíbrio, minha zona de conforto, minhas vestes de escoteiro, minha estação de rádio favorita, a assinatura de meu crime, minha divindade pagã a quem eu me oferecia em sacrifício. Esperanza, e suas mentiras. Esperanza, e seus lábios cortados e doces. Esperanza, e a maneira única como ela me tocava. Esperanza em meus sonhos. Subtraindo minhas certezas, ela nunca aparece por completo. Eu subi aquelas escadas, olhei nos olhos de todas as garotas e apenas em Esperanza eu contemplei a possibilidade de um milagre.

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