segunda-feira, 15 de julho de 2013
15 de julho é o aniversário de nascimento de Ian Curtis. Se estivesse vivo, ele faria hoje 57 anos, mas, ele morreu aos 23. Se não deixou uma obra assim tão impressionante, ela foi seguramente marcante pra grande parte dos que estiveram em contato com ela. Joy Division foi uma descoberta importante demais pra mim para que eu me esqueça. Para o bem e para o mal. Afinal, até eu reconheço que dançar ouvindo Disorder ("I've been waiting for a guide to come and take me by the hand/Could these sensations make feel the pleasures of a normal man?") não é algo lá muito saudável. Mas me lembro de quando comprei e escutei o vinil de "Unknown Pleasures", e um mundo de certa maneira se abria. Havia ali um cantor de rock interessado em expor certas obscuridades e dores não à maneira de um Kurt Cobain, mas de um esteta das sombras do espírito humano. Muita coisa na minha vida teve a ver com Joy. Meu primeiro romance com uma garota esteve intimamente ligado a essa banda, com toda intensidade e, digamos, "morbidez" que isso acarreta. Lembro de um dia em que ouviamos Joy Division no quarto a noite toda, enquanto os tiros pipocavam lá fora e nós aumentávamos o som para abafar esse barulho. Essa indiferença, se não nos tornava as pessoas mais corretas do mundo, não nos fazia de maneira alguma insensíveis ao que acontecia. Mas nossa fascinação com o horror nada tinha de parecido com essa das pessoas que sentam à mesa na hora do almoço assistindo o banho de sangue dos noticiários policiais. Nos abraçávamos e sentíamos por toda a dor à nossa volta, mas ao nosso modo, torto. Era um interesse profundo em toda sorte de mazela que transformava-se em musica e não passava despercebido em nossas almas. Hoje, mesmo não escutando tanto a sua musica, ela ainda me leva de volta a episódios relevantes de minha vida. "O passado é um lugar estranho", diria Morrisey. E eu bebo a isso. Espero que você tenha encontrado sua paz, Ian.
And dance for the radio.
"Escute o silêncio, deixe-o soar.
Os olhos, lentes cinzas escuras com medo do sol.
Teríamos um momento bom vivendo a noite,
Deixados à destruição cega,
A espera de nosso olhar.
Nós poderíamos seguir em frente como se pensássemos que nada está errado
Escondidios destes dias, permanecemos sozinhos,
Ficando no mesmo lugar, simplesmente fora do tempo
Tocando à distância,
Mais longe a cada momento.
Bem, eu poderia chamar quando as coisas ficarem difíceis
As coisas que aprendemos não são mais suficientes
nenhuma linguagem, apenas o som,
É tudo que precisamos saber para sincronizar o amor
À batida do show.
E dançar, dançar, dançar, dançar para o rádio".
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