quinta-feira, 11 de julho de 2013
Minuano
Eu não sentirei mais frio.
No mínimo, ele não doerá mais tanto;
Aponto os refletores para mim e sua luz,
Que me ilumina e me aquece
que exibe meus defeitos e belezas
que me destaca e me ofusca há de ser um candeeiro
Nas noites frias e chuvosas que me ameaçam com seus trovões
E eu me exibo sem pudor sob a luz de um milhão de sóis e ainda assim
Mais delicada que uma vela
Numa casa sem eletricidade.
Não sentirei mais esse frio,
esse frio particular e denso
Que cai mesmo nos dias mais quentes,
Pois tenho esse sorriso que me acolhe
Essas palavras que me alcançam no fundo do poço
Na calada da noite
Nas entranhas do tempo e
nas entrelinhas do verso perdido entre papéis empoeirados.
Sentirei antes o frio que é nostalgia, saudade
O frio que é encanto
E a solitude num canto qualquer da cidade.
Mas este frio que é falta de carinho, de atenção
De um gesto de delicadeza qualquer,
Esse eu não mais sentirei, determinado que estou
A fazer destes meus pequenos erros diários
Uma fogueira onde a inocência queime como o mais puro dos combustíveis.
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