E, se não vens em janeiro, meu verão inteiro fica com gosto de pão bolorento. Suas noites perdem todo o seu charme e atrativos, como se fossem um teatro vazio. Fevereiro, sem ti, não há carnaval; e se o ano é bissexto, amaldiçoo este dia a mais. É no domingo que sua ausência mais dói, pois que, juntos fazíamos dele a real festa da carne, da alegria de ser, simplesmente. E o inverno? Este se arrasta lento e cinza quando não vens. Eu tenho uma mente que em períodos de turbulência me leva longe demais da segurança do cais a sua procura, embora eu saiba onde estás e aí eu não posso ir. Outubro se aproxima e a primavera de nosso amor ameaça não acontecer, pois tu já não estás. A primavera é minha estação e há muito você a pintou com tuas cores. Busco então amparo em asas que não são as tuas, deixo que elas me levem às nuvens, só para descobrir que estas têm sabor metálico. Porque você se foi. E sua promessa de voltar não passa de um consolo que inventei pra mim mesmo, assim como sua partida uma mentira que inventei porque eu não podia mais estar por perto. Ainda sinto saudades do tempo em que as nuvens tinham o gosto de teu beijo.
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