Quando foi que cortaram as minhas asas e eu nem percebi?
Que faca foi essa que usaram,
Que fez com que as cicatrizem queimem até hoje?
Afinal, pra onde vão aqueles pássaros que sobrevoam o mar?
Pra onde vai a solidariedade proletária, fracassada a revolução?
A primavera dos povos se foi,
Nos resta então o inverno dos corvos e a dialética dos porcos?
Quem me ensinou essas preces loucas que eu repito
Só em meu quarto depois de doses de conhaque?
"Suave é a chuva fina que perturbou a minha calma";
Essas palavras acaricam minha face e me aquecem,
Como uma lareira para minha alma torpe,
Embrutecida por ter falhado na simples tarefa
De apanhar as crianças no campo.
2 comentários:
bonito, triste, mas bonito.
beijo.
Lindo, Rô!
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