quarta-feira, 7 de abril de 2010

Canção da saudade

Quando foi que cortaram as minhas asas e eu nem percebi?
Que faca foi essa que usaram,
Que fez com que as cicatrizem queimem até hoje?
Afinal, pra onde vão aqueles pássaros que sobrevoam o mar?
Pra onde vai a solidariedade proletária, fracassada a revolução?
A primavera dos povos se foi,
Nos resta então o inverno dos corvos e a dialética dos porcos?
Quem me ensinou essas preces loucas que eu repito
Só em meu quarto depois de doses de conhaque?
"Suave é a chuva fina que perturbou a minha calma";
Essas palavras acaricam minha face e me aquecem,
Como uma lareira para minha alma torpe,
Embrutecida por ter falhado na simples tarefa
De apanhar as crianças no campo.

2 comentários:

Deixa eu bagunçar você

Durmo na esperança de sonhar contigo Acordo somente pro desejo de te encontrar Menos que obsessivo, meu amor por você é abrigo ...