No período mais “rocker” da minha vida, ela era minha Billie Holiday. Sempre amei o jeitão “outsider” das suas musicas, sua voz ora rasgada como um blues cortante, ora suave e delicada em melodias sensíveis, às vezes quase sussurrando um convite. E nem precisa dizer que sempre achei bem sexy essa mistura de sarcasmo, doçura, melancolia, sua inteligência e atitude; Ficava ali no chão deitado por horas escutando seu álbum mais recente, falando sobre as delícias e perigos de Nova York, ela, uma britânica que se deixa encantar por essas coisas, Robert De Niro ou o Empire State Building. E Polly Jean era cheia de sensualidade também, quando queria, insinuante, provocativa. Como ignorar o duplo sentido de “Deixe-me cavalgar em sua graça por um instante”? E quando ela canta sobre seu amante negro em “Meet Ze Monsta”? Ela era minha Billie Holiday, minha amante encantadoramente sombria, feroz, excitante e brilhante, e hoje, ouvindo de novo suas musicas, tenho vontade de voltar àqueles dias. Fico escutando sua guitarra gemendo, quase fazendo sexo com sua voz em alguns momentos. E fico imaginando coisas perigosas.
sexta-feira, 9 de abril de 2010
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