terça-feira, 5 de abril de 2011

A festa em que não vou estar

Desta vez, quiseram as circunstâncias que esta celebração eu perdesse. Ou talvez tenha sido deus, em seu jogo de dados astrais. Logo eu, que celebro até sozinho com uma garrafa de conhaque. É uma sensação estranha. Como rezar pela chuva e não estar acordado quando ela cai, cortejar uma bela mulher e não ter outra coisa pra fazer quando ela te convida pra jantar, um semeador que jamais colherá aquilo que plantou, beber sem embriagar-se. Não obstante, acho que é o momento perfeito pra explicitar minha euforia com essa conquista. Pra deixar bem claro, não há nada meu nesse feito. Só compartilhei do processo, a ansiedade, o desejo, as ternas palavras. Mas o sentimento de conquista fica claro quando se olha a partir da perspectiva do destino, das coisas que se encaminham de maneira tortuosa, quando aquilo que julgávamos trivial se torna fonte de prazeres e tormentos inexplicáveis, do ponto de vista daqueles que para si só acumulam intangíveis bens. Nem tão intangível desta vez, só um pouco turvo. Só posso dizer que já está sendo inesquecível e que gostaria de compartilhar esse momento de perto. Faço meu brinde de longe, nesta cidade auto-indulgente e mal-educada, para elogiar Fernanda pelo presente que ela nos deu publicando um livro. É emocionante. “À Sombra das Coisas Turvas” não é pra ser lido, mas degustado... logo depois da festa. Então, compareçam.

capa deliciosa!


Entre o sonho e a realidade, escolho um poema.

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