sábado, 16 de abril de 2011

Monólogo; de Luana Vignon

"Quando entendi que essa coisa de literatura era irreversível resolvi experimentar de tudo, Vinícius de Moraes, Henry Miller, Rimbaud, Verlaine, toda a corja. Eu achava que tinha que viver tudo muito, muito rápido e preferencialmente de porre, perder o controle era um tipo de sublimação. Bullshit. (Tenho uma gastrite e uma filha de 9 anos). Enquanto isso você tomava pilequinhos inocentes e passava a mão na bunda da professora de literatura inglesa (eu dava mole pro frentista do posto 24h). Você traduzia Baudelaire (eu dormia em hoteizinhos sujos).  Eu tentava extrair poesia das dezenas de feridas que eu mesma me infligia, mas tudo só serviu para alimentar esse pequenino monstro alojado no meu tórax. Esse traidor".


- Luana Vignon, http://luanavignon.wordpress.com

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