domingo, 3 de julho de 2011

A fúria dos pores-do-sol

Algo
frio está no ar,
uma aura de gelo e fleuma.
Todo o dia construí
uma vida e agora
o sol afunda-se para
se desfazer.
O horizonte sangra
e chupa seu polegar.
O pequeno polegar vermelho
desaparece de vista.
E admiro-me
com minha própria vida,
este sonho que vivo.
Eu podia comer o céu
como uma maçã
mas prefiro
perguntar à primeira estrela:
Por que estou aqui?
Por que vivo nessa casa?
Quem é o responsável?
Hein?

- Anne Sexton

Tradução: Priscila Manhães

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