segunda-feira, 15 de outubro de 2012

As trevas de outubro

Eu estou absolutamente envergonhado e arrependido de ter, em algum momento, manifestado o otimismo com o qual outubro normalmente me toma. Ter tornado isso público, dito isso pra algumas pessoas. Nunca um mês começou tão agressivo, enunciador de tantas desgraças pelas quais ainda terei de passar simplesmente porque minha natureza jamais irá mudar.
No dia em que completei 30 anos, eu enterrei a minha avó. E não se trata apenas de sentimentalismo e simbolismo barato. Dói mesmo. Na pior circunstância possível, que eu não vou detalhar aqui. Basta dizer que eu tinha motivos pra acreditar que eu estava lá para começar a ser alguém novo, e o passado me bateu na cara. O mesmo erro continuava sendo cometido. A história é velha, eu sei, mas ela segue em frente. 
Desde então, o passado, esse fantasma, tem me lembrado de tudo isso. Uma semana depois, e eu estou aqui sendo tomado de assalto novamente pelos meus erros. Sempre foi assim. Sempre que tentei mudar e fazer de um jeito diferente, meus erros retornam indomáveis e me dizem que eu sou assim e não há nada que possa mudar isso. E eu sofro insistindo em dizer que não, quando, para me sentir melhor, bastaria seguir esse fluxo, essa pulsão inumana que me habita. Foi o mais próximo que cheguei de qualquer coisa parecida com felicidade, foi quando segui esse impulso. O resto é distração. Acontece que essa violência toda cobra caro. Nunca terei uma série de coisas que de todo o coração desejo... e, quando a coisa se torna insuportável, eu decido mudar. E sempre que faço isso, eles retornam. Pra me dizer que não há ponto de retorno, que as cartas já foram jogadas. E eu sinto não ter as forças suficientes pra lutar contra isso. Sozinho, como todos estão. 
Mais uma esperança jogada fora, é hora de retornar ao velho ciclo. Jamais tentarei ser bom novamente.

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