"Ele nada compreendia desse insondável mistério que é a existência humana, individual ou coletiva; que escapava ao seu entendimento a mais ínfima malha desse inextricável e infinito emaranhado destes milhões de destinos individuais que se entrecruzam e se separam por artes do acaso; que o mundo provavelmente não tem, a rigor, nenhum sentido (e aqui reproduzia, de memória, confusa citação) 'porque, possivelmente, tudo que existe é fragmentado, incompleto, abortado; eventos com término mas sem começo; outros com apenas o segmento intermediário; coisas que tem a parte anterior ou a posterior, mas não ambas; e tudo isso boiando como num prato de sopa, non qual vez ou outra alguns fragmentos se juntam por acaso para formar um todo'; que somente a Razão alucinada pode pretender ser possível ordenar esse caos, descobrir causalidades nessa infinita cadeia de acidentes".
- Edmundo C. Coelho, "Crônica da Sociologia Assassinada ou Ao Mestre, com Carinho".
Raduan Nassar, Jorge Luis Borges, Baudelaire e, agora, Edmundo Campos, não deixando eu me sentir tão sozinho....
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