O café e os cigarros estão lá, quando
ninguém mais está. Boas companhias, mas que cobram o alto preço do vício e da
culpa sem chance de redenção. Quem me dera a prescrição médica necessária para
comprimidos que anestesiem o coração. Mas mesmo minha entrada no mercado negro
de afetividades ilícitas, onde poderia encontrar tais drogas, está condicionada
a teu perdão. Então postulo teorias malignas neste inferno particular, mas isso
é apenas uma forma de me livrar delas, para que reste em meu coração apenas a
ternura de dias deixados para trás, de cafés que não tiravam o sono e cigarros
que não deixavam um gosto tão ruim na boca. Dias em que até rimos desses vícios
sem sentido, dessas estradas sem rumos e das noites sem fim. Dias de ritmo (que
é o que dita a beleza). Mas também dias dos espelhos sem reflexos. E da vontade
cruel de deixar tudo pra trás, não sem antes deixar no ar o curto rastro de
nosso voo, como uma linha de fumaça negra descrevendo uma parábola dentro
da qual os mais espertos dentre os nossos lerão aquela tal palavra.
Colhamos logo estes lírios.
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