quarta-feira, 19 de maio de 2010

Ca-ra-lho!

Essa semana aconteceu em Brasília uma audiência pública que tinha como objetivo discutir o Estatuto da Família - uma espécie de código-mapa das uniões afetivas no país. Um dos principais tópicos era o da extensão dos direitos concedidos a casais hetero-afetivos a homo-afetivos. Direitos como a união civil, adoção e guarda dos filhos, direitos previdenciários e de herança, por exemplo. Como era de se esperar, o debate foi polarizado entre os defensores da "causa" e seus opositores, na maioria, religiosos. Na maioria não. Todos os opositores representavam instituições religiosas. Entre eles, o infame Silas Malafaia. Segundo este senhor, se a união entre homossexuais fosse oficializada pelo Estado, também deveriam oficializar o sexo com animais e com cadáveres. Para ele é a mesma coisa. Sua declaração: 

“Vamos colocar na lei tudo o que se imaginar. Quem tem relação com cachorro, vamos botar na lei. Eu vou apelar aqui. É um comportamento, ué, vamos aceitar. Quem tem relação com cadáver, é um comportamento, vamos botar na lei.”

Vejam bem que não se trata de ignorância, e sim de homofobia pura e simples. Esse sujeito é o mesmo que, num programa na TV aberta, ofende diretamente homossexuais, praticantes de Candomblé ou qualquer um que seja diferente. do que proclama sua tal fé. Já faz três anos que esse projeto de lei está emperrado, por conta dessa ala evangélica e católica no Senado. A Argentina, recentemente, aprovou em mais uma insância a lei que permite a união civil de casais homossexuais, só faltando a aprovação definitva no senado, o que tem grandes chances de acontecer. No Brasil, parece que ainda falta um pouco mais. A despeito de tudo, vale a pena dizer que, há três anos, estes senhores impediam até mesmo que o tema fosse discutido. Isso ao menos já mudou. Mas ainda é pouco. E vale dizer que, mesmo que, institucionalmente hajam mudanças, comportamentos não se alteram com canetadas. Esse sujeito, e outros tantos, vão continuar existindo, falando. Pesquisas como as da Universidade da Califórnia, esta semana, demonstram o tipo de sofrimento que indivíduos passam no momento de se declararem homossexuais para suas famílias. 8 em cada 10 teriam probabilidade maior de cometerem suicídio. 30% das famílias reagiram mal à notícia. Talvez os numeros aqui no Brasil não seriam muito diferentes (exceto sobre suicídio, que é sempre complicado de se fazer afirmações desse tipo). Como não responsabilizar tais discursos?

Um comentário:

Natali disse...

É foda, saiu na tribuna de sábado Silas declara-se inimigo dos homosexuais! Mano, eu mataria ele com muita facilidade. Juro! Na hora senti raiva, vontade de sangrar o cara mesmo.

Deixa eu bagunçar você

Durmo na esperança de sonhar contigo Acordo somente pro desejo de te encontrar Menos que obsessivo, meu amor por você é abrigo ...