segunda-feira, 31 de maio de 2010

A Uma Fumante


Observo enquanto ela se afasta
Pisando leve em buracos na calçada
Sua marcha tênue
Os contornos de seu corpo
Que surgem para mim como uma arte mais que delicada;

Estas ruas não foram feitas pra você,
Mas para mim:
Sutil pecador de pensamentos perigosos
Filho bastardo de qualquer noite mal-dormida
Que foi seduzida por doses de Conhaque e Gim;

Pois é você a filha privilegiada da noite.
Primogênita do Sonhar,
Seu andar revela uma natureza
Muito acima daquela que me é familiar.
Daí este fascínio,
Por tudo em ti que significa mistério.

Meus olhos te seguem
Muito depois de já teres desaparecido de minha vista;
A fumaça de seu cigarro permanece,
Traçando no ar formas confusas à essa consicência,
Padrões de beleza irrestrita,
Que no entanto
Servem apenas para tornar mais dura essa ausência.


Possam meus olhos contemplar esse espetáculo
Uma vez mais;
Queira minha pele sentir ainda este toque;
Queira o meu corpo o calor de noites infernais;
Queiram minhas mãos a volúpia de teu seio
E meus lábios experimentarem
O cigarro que abandonaste,
Buscando nele uma lembrança qualquer de teu beijo.

Um comentário:

Natali Jones disse...
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