Observo enquanto ela se afasta
Pisando leve em buracos na calçada
Sua marcha tênue
Os contornos de seu corpo
Que surgem para mim como uma arte mais que delicada;
Estas ruas não foram feitas pra você,
Mas para mim:
Sutil pecador de pensamentos perigosos
Filho bastardo de qualquer noite mal-dormida
Que foi seduzida por doses de Conhaque e Gim;
Pois é você a filha privilegiada da noite.
Primogênita do Sonhar,
Seu andar revela uma natureza
Muito acima daquela que me é familiar.
Daí este fascínio,
Por tudo em ti que significa mistério.
Meus olhos te seguem
Muito depois de já teres desaparecido de minha vista;
A fumaça de seu cigarro permanece,
Traçando no ar formas confusas à essa consicência,
Padrões de beleza irrestrita,
Que no entanto
Servem apenas para tornar mais dura essa ausência.
Possam meus olhos contemplar esse espetáculo
Uma vez mais;
Queira minha pele sentir ainda este toque;
Queira o meu corpo o calor de noites infernais;
Queiram minhas mãos a volúpia de teu seio
E meus lábios experimentarem
O cigarro que abandonaste,
Buscando nele uma lembrança qualquer de teu beijo.
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