Foi num entardecer qualquer, numa praia vazia.
Com os olhos marejados e
Segurando minha mão, ela me contou
Que seus lábios fartos
Estavam fartos da pronúncia seca
De palavras outrora sacras.
Ela disse 'eu te amo' mais uma vez,
E aquela seria a última.
Foi então que eu disse 'farta-te
Esgote a vida que há em meu corpo
Que de nada serve se não alimentar o teu'.
Entreguei-me como quem se dá em sacrifício,
Como quem prova do próprio veneno,
Como o vampiro que fica ao lado da amada até que
O primeiro raio de sol venha para despertá-la de sonhos ruins e
Transformar o amor dele em cinzas.
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013
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