quinta-feira, 29 de maio de 2014

Aquela vida inteira sequelada

(Fernanda D'Umbra)


Por mim, escreveria até a morte (farei isso)

iria até sua casa e me deitaria no meio fio

eu ia esperar que você saísse

jornal na mão, cabelos limpos

e uma cara safada, rendida

marcada por dois olhos

locados por uma construtora

que nos demitiu no primeiro dia

e nós, (sempre bem vestidos) não sabemos

o que fazer com aquele carro, aquela casa

aquela vida inteira sequelada

aquela musica que toca no rádio

e a gente dança (sem entender nada)


Fernanda publica no Sem Gelo - Um Blog Puro


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