terça-feira, 20 de maio de 2014

Despertar de Ícaro, Lucílio de Albuquerque


De Ícaro eu guardo o cheiro de cera derretida.
A visão de suas asas destruídas
O som de ossos se partindo
Seu corpo contra as rochas

Ícaro, que desobedeceu seu pai
Que contrariou sua natureza.
A quem não bastava apenas escapar
Que aproximou-se do sol quando sabia que não poderia durar

Talvez eu também tenha desejado
Mais do que poderia ter
E aquecido meu corpo com um calor que queimaria minhas asas

Sim, eu tive meus dias de Ícaro
Desejei ver a luz do sol perto demais
E agora a queda é só questão de tempo.



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