(Para Marlon Brando, Neal Cassidy, Amy Winehouse, Cazuza, Chet Baker e Maysa)
Você sabe.
Sempre há esse cara ou aquela garota com um magnetismo peculiar. Que se destaca
em meio à turma. Que centraliza as atenções. Que desperta amor e ódio na mesma
intensidade. Que encobre suas falhas com gestos de delicadeza e extrema
fragilidade. Ou que explode em gritos e ameaças contra aqueles que lhe estendem
a mão. Que transformam a vida de todos ao redor num inferno. E ainda assim
ninguém consegue imaginar uma vida sem eles. Existem essas pessoas que “nasceram
do lado errado do rio” e nunca se importaram com isso. Que são talentosas, mas
seu principal dom é de serem muito maiores que elas mesmas, de terem uma
reputação que chega antes delas, de terem seu nome atirado à lama e elevado aos
céus na mesma proporção e simplesmente não se importam. Ou fingem que não se
importam e faz com que as amemos mais. Há essa mulher ou aquele homem que,
diante deles, nos sentimos encarando um abismo sem fim. Não conhecemos seus
demônios. Nos piores dias, os julgamos; nos melhores, desejamos ser como eles,
ou ao menos beijar-lhes a face. Seres que encarnam os perigos do vício. O risco
de voar alto demais. A loucura à espreita. A escuridão que é consequência natural da
luz. Os tons de cinza entre o preto e o branco. Todo veludo e todo espinho
possível no espírito humano. No fim das contas, apenas isso: Humanos. Falíveis.
Apaixonantes. Os primeiros da gangue a morrerem.
Um comentário:
Não me canso desse texto.
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