sexta-feira, 6 de junho de 2014

Os Primeiros da Gangue a Morrer


(Para Marlon Brando, Neal Cassidy, Amy Winehouse, Cazuza, Chet Baker e Maysa)

Você sabe. Sempre há esse cara ou aquela garota com um magnetismo peculiar. Que se destaca em meio à turma. Que centraliza as atenções. Que desperta amor e ódio na mesma intensidade. Que encobre suas falhas com gestos de delicadeza e extrema fragilidade. Ou que explode em gritos e ameaças contra aqueles que lhe estendem a mão. Que transformam a vida de todos ao redor num inferno. E ainda assim ninguém consegue imaginar uma vida sem eles. Existem essas pessoas que “nasceram do lado errado do rio” e nunca se importaram com isso. Que são talentosas, mas seu principal dom é de serem muito maiores que elas mesmas, de terem uma reputação que chega antes delas, de terem seu nome atirado à lama e elevado aos céus na mesma proporção e simplesmente não se importam. Ou fingem que não se importam e faz com que as amemos mais. Há essa mulher ou aquele homem que, diante deles, nos sentimos encarando um abismo sem fim. Não conhecemos seus demônios. Nos piores dias, os julgamos; nos melhores, desejamos ser como eles, ou ao menos beijar-lhes a face. Seres que encarnam os perigos do vício. O risco de voar alto demais. A loucura à espreita. A escuridão que é consequência natural da luz. Os tons de cinza entre o preto e o branco. Todo veludo e todo espinho possível no espírito humano. No fim das contas, apenas isso: Humanos. Falíveis. Apaixonantes. Os primeiros da gangue a morrerem. 



Um comentário:

Giulia Benincasa disse...

Não me canso desse texto.

Deixa eu bagunçar você

Durmo na esperança de sonhar contigo Acordo somente pro desejo de te encontrar Menos que obsessivo, meu amor por você é abrigo ...