Ele chega
e não sussurra nenhuma promessa, como a Primavera tanto faz.
apenas exige de mim resiliência,
fôlego e, talvez, sangue frio.
pois aquele que agora se avizinha
é implacável em suas resoluções e método.
O verão traz consigo sua loucura particular
para encerrar e iniciar ciclos com a mesma violência
(uma velha amiga se perguntava sempre se existe lugar para
sutilezas no verão)
ao contrário de minha estação –
a Primavera,
onde tudo é mais sutil e exuberante em sua ternura;
e assim ele chega,
O Último Dia de Primavera.
Sua melancolia me invade;
Eu ouço seus suspiros;
Ele nunca me cobra, mas sinto sua severidade
quando a noite chega;
houve um tempo em que eu lhe concedia uma ultima dança
hoje, não mais;
Enquanto a Primavera guardar este lamento
que ressoa em meu peito,
este último dia não será de brindes ou dança.
E a certeza que eu carregava
de fazer de minha vida uma Primavera permanente
não passará de uma borrada esperança.
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