“Wilhelm, que seria, para o nosso coração, o mundo inteiro
sem amor? O mesmo que uma lanterna mágica apagada! Assim que a gente coloca aí
uma lâmpada, imagens de todas as cores se projetam na tela branca... E quando fosse
apenas isso, fantasmas efêmeros, nós encontramos a felicidade postando-nos
diante deles, como as crianças se extasiam ao contemplar aquelas aparições
maravilhosas!” (Werther, Johann Wolfgang Von Goethe).
A lanterna mágica foi o ancestral direto do cinema. Uma
caixa ou cilindro de metal em que dentro queimava uma lâmpada e que, através de
um passa-lentes no qual se colocavam pinturas diversas, projetava em uma tela
ou parede branca imagens assombrosas. Encantou muito mais do que crianças.
Sábios, cientistas, reis e plebes inteiras maravilharam-se com aquela que
também era conhecida como lanterna do medo.
A lanterna mágica projetava sonhos e medos. E suas imagens
se abasteciam de um fogo que se consumia depois de algum tempo. Também a vida
se nutre de um sentido maior que o de meramente estar vivo. Por isso a metáfora
é perfeita. Não possuímos mais lanternas mágicas. Temos o cinema.
E minha vida tem sido um projetor sem filme.
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