sábado, 27 de abril de 2013

O Cúmplice

(Jorge Luís Borges)



Crucificam-me e eu tenho que ser a cruz e os pregos

estendem-me a taça e eu tenho que ser a cicuta

Enganam-me e eu tenho que ser a mentira

Incendeiam-me e eu tenho que ser o inferno

Devo louvar e agradecer cada instante do tempo

Meu alimento é todas as coisas

O peso preciso do universo, a humilhação, o júbilo

Devo justificar o que me fere

Não importa minha ventura ou desventura

Sou o poeta

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