quarta-feira, 15 de setembro de 2010

As Sementes do Mal (Ou A Correta Incerteza)

Guardo em mim as sementes de tudo o que odeio.
E guardo também o medo dela brotar,
Pois me prometeram o céu,
Mas o preço é uma breve estada no inferno...

Quero viver cem vezes antes de desaparecer,
Pois aquilo que vejo grita para não ser esquecido,
E mesmo se calasse meus olhos ainda ouviria meu
Coração.

Por que nada pode vir sem um preço?
Por que até os menores prazeres
Cheiram a enxofre?

Não vejo certo o que é errado
E até me engano no que é certo.

Faço o que acho certo
E mais tarde pago por estar errado.

Ah! Mas como é bom viver errado!

                                           

                                                              - Flávio André (o "Alemão"), poema de "A Ultima Luz de Narciso", ed. Ixtlan.

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