Guardo em mim as sementes de tudo o que odeio.
E guardo também o medo dela brotar,
Pois me prometeram o céu,
Mas o preço é uma breve estada no inferno...
Quero viver cem vezes antes de desaparecer,
Pois aquilo que vejo grita para não ser esquecido,
E mesmo se calasse meus olhos ainda ouviria meu
Coração.
Por que nada pode vir sem um preço?
Por que até os menores prazeres
Cheiram a enxofre?
Não vejo certo o que é errado
E até me engano no que é certo.
Faço o que acho certo
E mais tarde pago por estar errado.
Ah! Mas como é bom viver errado!
- Flávio André (o "Alemão"), poema de "A Ultima Luz de Narciso", ed. Ixtlan.
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