Lábios que não se abrem, lábios
com seu segredo
calado
Segredo no ermo da noite
resiste à rosa dos ventos
calado.
Flauta sem a vibração
do sopro.
Luar e espelho, frente a frente,
em calada
vigília.
Fria espada unida
ao corpo.
Resto de lágrimas sobre
lábios
calados.
Borboleta da morte
em sorvo
pousada à flor dos lábios
calados
calados.
Henriqueta Lisboa, "A face Lívida"
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