sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Lábios que não se abrem, lábios




Lábios que não se abrem, lábios
com seu segredo
calado
 

Segredo no ermo da noite
resiste à rosa dos ventos
calado.
 

Flauta sem a vibração
do sopro.
Luar e espelho, frente a frente,
em calada
vigília.
 

Fria espada unida
ao corpo.
 

Resto de lágrimas sobre
lábios
calados.
 

Borboleta da morte
em sorvo
pousada à flor dos lábios
calados
calados.

Henriqueta Lisboa, "A face Lívida"

Nenhum comentário:

Deixa eu bagunçar você

Durmo na esperança de sonhar contigo Acordo somente pro desejo de te encontrar Menos que obsessivo, meu amor por você é abrigo ...